terça-feira, 25 de junho de 2013

Wimbledon 2013: dia 1

Wimbledon começou a todo vapor. Por abdicar das atividades em dois domingos (o primeiro, quando seria o dia de estreia, e o segundo, no meio do torneio), a programação é bem apertada. Ou não, já que os torneios masculino e feminino de duplas já foram iniciados. Lembrando que, para as mulheres simplistas, além do próximo domingo, há folga na quarta e sexta-feira da segunda semana. Significa que os jogos das oitavas e das quartas de final serão realizados em um dia cada. Péssimo para quem deseja acompanhar muitos confrontos.

Em comparação a Roland Garros, a programação diária é iniciada mais tarde. Enquanto em Paris, às 6h (horário de Brasília) as raquetes começam a trabalhar, em Londres, a primeira faixa de jogos se dá somente às 7h30. Ótimo.

A parte de baixo do chaveamento teve a primeira fase completada nesta segunda-feira. Duas cabeças-de-chave foram eliminadas (incluindo uma top 10): [5] Sara Errani e [26] Varvara Lepchenko.

Silvia Soler-Espinosa d. Misaki Doi: 1/6, 6/4 e 6/1

Pelo breadstick inicial, parecia um confronto liquidado. A frase pronta era “a espanhola Soler-Espinosa não tem intimidade com a grama (pelo senso comum, espanholas são essencialmente saibristas), e por isso perdeu”. Mas não é que ela reagiu, devolvendo o 6/1? O placar final é muito apropriado para ironizarem a WTA. Mas este não é um torneio organizado por ela. Ha!

Foram oito duplas faltas,no total. Silvia foi superior, com um eficiente primeiro serviço e jogo em rede.

Victoria Azarenka d. Maria João Koehler: 6/1 e 6/2

Meu desejo era por um jogo tranquilo da bielorrussa. No primeiro set, Vika cometeu cinco duplas faltas. Tudo bem, placar elástico. No começo do segundo set, drama: a seed 2 escorregou e torceu o joelho. Não dá para ser venenoso (oi, Cronin), porque o lance foi feio e ela chorou para valer. Felizmente, a adversária era muito fraca, perdendo para Azarenka com uma perna boa. Evitando a derrota em estreia (oi, Nadal), é difícil esperar algo dela na sequência. Tem um dia de folga para recuperação, mas pega uma adversária experiente na 2ª fase (Pennetta).

Maria Sharapova d. Kristina Mladenovic: 7/6(5) e 6/3

A expectativa era por um duelo duro, e foi isso que aconteceu. Pelo menos no primeiro set, com confirmação atrás de confirmação. Maria teve mais facilidade em fazê-lo, e Kiki estava muito bem. Chegou o tiebreak, quando a francesa desperdiçou grandes oportunidades ao fazer duas duplas faltas. Recuperou-se razoavelmente bem, mas a russa tinha vantagem e experiência suficientes para fechar o set. No segundo, Sharapova quebrou logo cedo e comandou o ritmo da parcial. Mladenovic mingou em winners e mal ameaçou a adversária. Mesmo assim, foi um jogo interessante.

Marion Bartoli d. Elina Svitolina: 6/3 e 7/5

Depois de um primeiro set relativamente tranquilo, Marion viu uma adversária mais agressiva e com menos erros. Svitolina foi bem, chegando a ficar uma quebra de vantagem, mas tomou a virada quando se esperava o terceiro set.

Kirsten Flipkens d. Yulia Putintseva: 7/5 e 6/4

Primeiro set equilibrado. Flipkens resolveu quebrar e fechar antes de um possível tiebreak. O segundo começou com 3/0 da russa-cazaque, mas era um placar frágil, com apenas uma quebra. A belga empatou e esperou a hora certa para dar o decisivo bote. Ela procurou a rede no jogo todo e foi melhor. Idem para os pontos conseguidos no primeiro serviço. Putintseva bateu a raquete muitas vezes no calçado, revelando frustração, e teve de trocar o acessório diversas vezes. Curiosamente, essa negatividade rolou enquanto vencia.

Outros resultados

- Sara Errani, mais uma vez, confirmou sua pouca intimidade com a grama ao perder em sets diretos para Monica Puig, em mais um ótimo resultado em Grand Slam da porto-riquenha.

- Quatro pratas da casa estrearam e foram eliminadas. Pegaram adversárias razoavelmente melhores. A maior fracassada foi Anne Keothavong, que ganhou só quatro games e tomou pneu de Garbiñe Muguruza.

- Houve confronto espanhol e deu a número 1 do país, Suarez Navarro, sobre Dominguez Lino. Os Estados Unidos também tiveram que se pulverizar em dois confrontos: Hampton, vice em Eastbourne, perdeu com estranha facilidade para Stephens, enquanto McHale triunfou contra Glatch.

- Entre as novinhas, Bouchard reverteu um jogo quase perdido contra Voskoboeva. Tomljanovic levou até as últimas contra Jovanovski, perdendo por 7/9 no terceiro set. Vekic teve azar em sorteio pela segunda vez seguida Slam, e caiu facilmente para a embalada Cetkovska.

- Safarova ganhou na estreia, o que é um alívio. Hradecka não teve a mesma sorte. Assim como esta, Lepchenko foi eliminada para alguém não favorita. Wickmayer “surpreendeu”, e foi superada por Dolonc, que terá um arranca-rabo da Sérvia contra Jankovic, na segunda fase. As suecas Larsson e Arvidsson também deram adeus, mas poucos ligaram.

- No "duelo de musas", Cirstea venceu com dois sets e um tiebreak a suíça Voegele. Wozniacki não pegou uma adversária tão difícil e até se permitiu aplicar pneu. Que ousadia! Ivanovic também o fez, mas teve um primeiro set mais disputado.

Outras considerações

- As estatísticas dos jogos no site de Wimbledon ficam a dever. Cadê os gráficos de desempenho? Difícil de entender a ausência deles, já que a IBM organiza essas informações, assim como em Roland Garros. ATUALIZADO: o Slamtracker existe, mas só ao vivo. Um pena.

- Perto do Bandsports no Slam anterior, a cobertura do Sportv em Wimbledon é amadora. Com apenas um dos três canais em prol do tênis, limitam-se a passar apenas o que o “sinal internacional” seleciona. Não têm poder de escolha nos jogos. Isso significa que compraram o pacote básico de transmissão. Um desrespeito ao assinante, que paga muito e não pode ver um torneio tão importante na emissora que pertence à maior programadora de tv por assinatura do Brasil.

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