Zuzana Kucova d. Julia Goerges: 7/6(8) e 6/0
A eslovaca Kucova, na prática, não jogava desde 2011, por causa de uma lesão. Seu ranking era “traço”. Entrou no qualifying graças ao ranking protegido. Com quase 31 anos, está perto da aposentadoria. São elementos que tornam ainda mais vergonhosa a derrota da adversária, uma cabeça de chave.
Julia não encaixa uma boa sequência há tempos, ganhando uma partida por semana, no máximo. O Australian Open foi exceção, mas ela contou muito com a sorte em sua campanha. Agora, encontrou um novo nível de fundo do poço, talvez o maior no quesito adversário. Terá de se acostumar a quedas mais significativas no ranking. Saiu do top 30 e, com muitas concorrentes vivas, a situação é desoladora.
A alemã fez muitos winners e aces, mas não conseguiu controlar os erros não forçados. Kucova construiu seu jogo neles. O primeiro set foi equilibrado (não deveria, em condições normais), com a eslovaca chegando a ter triplo break point, que desperdiçou e levou ao tiebreak. O derradeiro momento desta parte recebeu a máxima do “ninguém quer ganhar”, até que a sem ranking tomou a iniciativa para fechar no décimo ponto. O segundo set foi outro jogo, pois Julia perdeu totalmente a concentração. Fui ao banheiro no intervalo e, na volta, já estava 2 games a 0. Kucova iria aplicar um pneu, enquanto Julia já estava com a cabeça longe. Melancólica eliminação.
Caroline Wozniacki d. Laura Robson: 6/3 e 6/2
A expectativa que os ingleses depositam em Robson é tão grande que tentam fazê-la vencer pela força da mente. Quando não acontece, vem o constrangimento. Foi assim contra Stosur no US Open, e agora, na estreia em Roland Garros. Havia o fato de Wozniacki, sua adversária, ter perdido todos os jogos que disputou, recentemente, no saibro vermelho. Mas Laura tinha a si própria como maior oponente, apresentando um tênis decepcionante. Foram quatro vezes mais erros não forçados que a dinamarquesa, que não desperdiçou os presentes. Se no primeiro set Robbo tentou algo, no segundo só assistiu à vitória de Caroline.
Kirsten Flipkens d. Flavia Pennetta: 2/6, 6/4 e 6/0
Flavia abriu 4/1 rapidamente, parecendo que ganharia bem. Seria uma surpresa. O segundo set teve as jogadoras abusando do jogo em rede, com Flipkens marcando mais pontos. Por outro lado, a mesma conseguiu a proeza de cometer quatro duplas faltas no quarto game. Com muitas quebras, a belga estava ligeiramente a frente, quando Pennetta ensaiou uma reação. Sacando para empatar em 5/5, cometeu erros bobos, foi quebrada e perdeu a parcial. O set final foi tão rápido quanto o primeiro. Embora a italiana tenha conseguindo alguns breaks points, Flipkens os salvou e não teve dificuldade para vencer enquanto devolvia. Pneu em Pennetta, que caiu de produção no último jogo do dia. Paralelamente, um grupo de torcedores belgas animava a arquibancada.
Cabeças de chave eliminadas: [22] Ekaterina Makarova, [24] Julia Goerges e [28] Tamira Paszek.
Outros jogos
Vitórias esperadas: Vinci, Li, Aga Radwanska e Sharapova. Derrotas esperadas: Paszek e McHale. Bouchard e Ormaechea conquistaram importantes vitórias em primeira fase de Grand Slam. A argentina, com isso, debuta no top 100. Não sei qual é a de Oprandi ao ser superada pela jovem Svitolina. Seus últimos resultados foram bizarros (vide como foi eliminada em Oeiras). No duelo alemão, Kerber poderia muito bem perder, depois de superar um tiebreak apertado; no segundo set, Mona Barthel errou em momentos cruciais, sendo quebrada duas vezes na metade e no fim da parcial. Em Kuznetsova x Makarova, equilíbrio em vários fatores, mas muitos break points consumados. O segundo set, neste quesito, evidenciou maior fragilidade das adversárias.
Outras considerações
- Surgiu no You Tube a promo do Eurosport para Roland Garros. Mesmo esquema dos últimos majors, com jogadores em tamanho Godzilla passando por pontos turísticos da cidade-sede. Foram racionais em inserir o Tsonga (embora o fizessem porque Andy Murray desistiu), mas preguiçosos em repetir a mesma imagem de jogador (a mesma da Azarenka no Australian Open, no caso). Agora falta fazer a brincadeira com o quarto Grand Slam. Mas continuará assim: o Eurosport não possui os direitos de Wimbledon;
- Faz algumas semanas que estou inexplicavelmente apaixonado por Laura Robson. Ela não é top em beleza (a amiga dela, Eugenie Bouchard, é dez vezes mais bonita), mas tem algo na inglesa que me conquista;
- Uma comparação técnica entre a transmissão via internet do Bandsports e da ESPN: a primeira é gratuita, mas só transmite um jogo, com uma qualidade de imagem apenas razoável. A segunda transmitia todas as quadras com câmera, normalmente sem narração (ou com ela, em inglês) e podendo assistir até em HD. Só que era via Watch ESPN, serviço disponível para assinantes de determinados serviços. Aliás, eu, que sou assinante de um desses, estou inexplicavelmente sem o recurso do canal há alguns meses. Já reclamei com o responsável, e nada.
- Fã é um bicho chato. Maria Sharapova estava programada para jogar na Philippe Chatrier, mas o jogo anterior na quadra demorou mais que o esperado. Moveram-na para a Suzanne Lenglen, que não é uma quadra pequena. Mesmo assim, dá-lhe reclamação desse povo que defende um jogador como se ele fosse seu parente, namorado ou este estivesse impossibilitado de se defender. É inútil e constrangedor. Na frente da tv ou monitor não faz diferença.
Nenhum comentário:
Postar um comentário