sexta-feira, 31 de maio de 2013

Roland Garros 2013: dia 5

Mais um dia de chuva. Desta vez, alternando com maior frequência, para desespero dos atletas, que param, saem de quadra e precisam aquecer novamente na volta. A previsão é de que o tempo abrirá na sexta, ficando por muitos dias assim, quiçá até o final do torneio. A programação acabou mais cedo, com jogos não realizados ou completados.

Victoria Azarenka d. Annika Beck: 6/4 e 6/3

Como as coisas são: Vika disparou com 5/0, prenunciando um massacre. Mas uma série de erros ridículos da ex-número 1 do mundo fez com que a atual campeã juvenil de Roland Garros conquistasse quatro games seguidos. Só faltou quebrar raquete e discutir com o juiz – episódios que já vimos tantas vezes. A namorada de RedFoo descolou uma confirmação antes de um empate, conquistando o primeiro set. O segundo não foi uma maravilha, mas Azarenka quebrou duas vezes, fazendo 4/1. Na sequência, foram duas quebras de cada lado antes do fim. A vencedora se garantiu na segunda metade com o jogo de rede.

Samantha Stosur d. Kristina Mladenovic: 6/4 e 6/3

Kiki jogou bonitinho, confirmando games junto da adversária até o 5/4, quando sacava para permanecer no set. Depois de vários deuces, tomou uma passada por cima do ombro, que a assustou. Uma dupla falta sacramentou sua derrota na parcial. No set seguinte, Stosur quebrou na primeira oportunidade, e o ritmo da francesa caiu um pouco. Apesar de a loira ter mostrado garra em seus games de serviço, faltaram break points. Mesmo assim, foi um jogo bom.

Cabeças de chave eliminadas: [6] Na Li, [16] Dominika Cibulkova e [27] Yaroslava Shvedova

Primeiro, as zebras: talvez a mais vexaminosa tenha sido de Cibulkova, que começou perdendo com um placar pífio, devolveu na mesma moeda e, com mais equilíbrio, perdeu no terceiro para Erakovic. Não deveria. Sua campanha recente no saibro deixa muito a desejar. Conseguiu perder em Oeiras para Ula Radwanska, por exemplo. Sobre Na Li, o selo Carlos Rodriguez de treinamento está indo por água abaixo. Caiu para Mattek-Sands, que está se acostumando a resultados maiores. As parciais nos sets de derrota da chinesa são vergonhosos. A Shvedova, por sua vez, só tenho a ressaltar a façanha de Ormachea, que triunfou em dois sets diretos. Em algum lugar, Gisela Dulko deve estar emocionada.

Hampton derrubou mais uma e faz teste de fogo contra Kvitova, que teve vida tranquila contra Peng. Na quadra 3, não deu para Muguruza, que tomou pneu da Jankovic. Esta pega Stosur, configurando mais uma pedreira em seu caminho (a primeira, teoricamente, foi Hantuchova).

No interrompido Bouchard x Sharapova, a canadense não está cedendo tanto para a russa, mas a derrota se aproxima. Disso, continuo falando amanhã.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Roland Garros 2013: dia 4

Victoria Azarenka d. Elena Vesnina: 6/1 e 6/4

Vesnina teve quatro break points no game de abertura, mas não os aproveitou. Depois, não incomodou mais, apesar de ter a tranquilidade de quase 100% de seu primeiro saque entrar. Breadstick nela. O segundo set foi diferente: dos quatro BPs (Azarenka 3-1), apenas um não se confirmou. O jogo à rede se intensificou e os winners aumentaram consideravelmente: as jogadoras foram eficientemente agressivas. Com uma quebra para cada lado nos games 6 e 7, Vika não estava completamente segura, apesar de já possuir outra quebra de vantagem. A bielorrussa só ganhou quando acabou. Uma sentença óbvia, mas que representou um pequeno alívio.




Petra Kvitova d. Aravane Rezai: 6/3, 4/6 e 6/2

Aravane voltou (com convite)! Petra, a perigosa canhota de 2011, não. Se não fosse o segundo set perdido, ninguém ia ligar muito para o placar da tcheca. Mas, vamos dar os créditos à francesa: no 6/4, Rezai errou pouco e fez muitos winners. Seria uma zebra maravilhosa se vencesse o jogo. Os outros dois sets foram desastrosos, com seis quebras cada e um número considerável de duplas faltas. A corda, desta vez, ruiu do lado mais fraco. É bom que Kvitova tome atenção, ou sairá cedo demais de Paris.

Estatística aleatória: os dois jogos acima ocorreram paralelamente e várias parciais se coincidiram. Os primeiros sets terminaram quase que no mesmo momento.


Cabeças de chave eliminadas: [10] Caroline Wozniacki, [19] Anastasia Pavlyuchenkova, [23] Klara Zakopalova e [25] Lucie Safarova

Não foi o dia da maioria das tchecas. Esperar o inverso seria surpresa, que aconteceu justamente com Petra Cetkovska, recém-voltada de lesão e vitoriosa sobre Anastasia Pavlyuchenkova, que errou mais do que devia. Safarova travou uma batalha contra Hampton, com direito a tiebreak e terceiro set mais que longo (a vitória da americana veio somente no nono game conquistado). Lucie não se rendeu tão fácil, mas perdeu na estreia e pontuou pifiamente. Hradecka, por outro lado, fez um confronto muito desequilibrado com a jovem Barty, empatando com 6/2, mas confirmando a derrota com 6/1. O revés de Zakopalova foi mais compreensível: ela só disputou dois torneios no saibro (estava machucada?), ganhando um jogo em dois. Kanepi, que se destacou no tumultuado Premier de Bruxelas, triunfou. Sandra Zahlavova completa o grupo das perdedoras, dando espaço para outra juvenil: a alemã Annika Beck, campeã de Rolanguinha, ano passado.

A derrotada de Beck em 2011 também se deu bem: Schmiedlova superou Wickmayer em três sets, incluindo um tiebreak. Nas vitórias fáceis do dia, Kerber, Kirilenko, Errani, Ivanovic e Serena Williams botaram para correr, respectivamente, Cepelova, Bratchikova (que, nos torneios WTA, será obrigada ainda a jogar como russa), Putintseva, Johansson e Garcia. Cirstea e Lisicki tiveram um set de maior movimento contra suas adversárias, mas a outra parcial foi muito tranquila.

O “eu já sabia” se concentra na vitória de Pfizenmaier (são novas alemãs rompendo barreiras, enquanto “velhas” ainda tentam se reencontrar) sobre Ula Radwanska. O “parecia que dava” foi de Kucova em Razzano até o fim do segundo set; no terceiro, a eslovaca tomou pneu. Na mesma situação, a desconhecida norte-americana Shelby Rogers (que só conseguiu jogar um torneio WTA em 2013 – o de Estrasburgo) chegou perto de eliminar a favorita (para Cronin) Carla Suarez Navarro, mas não conseguiu. Outra favorita desse jornalista não teve mesma sorte: Caroline Wozniacki caiu de novo para Jovanovski, desta vez com um jogo menos vergonhoso. Apenas dois sets foram necessários para o triunfo.

Outras considerações

- Na semana em que o pai de Caroline Wozniacki, Piotr, anunciou que se afastaria da filha (não acredito) como treinador, Aravane Rezai voltará a treinar com o homem que a pôs no mundo, com quem teve episódios de violência e fraude no passado. Essas garotas não aprendem;

- Atendo-me ao óbvio: Rezai x Kvitova foi o duelo das “acima do peso”. Petra tem aquela pancinha incômoda (parece ter aumentado de uns tempos para cá), enquanto Aravane a disfarça muito bem com o preto de seus espalhafatosos outfits. Contudo, é impossível ocultar o quão larga ela está horizontalmente.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Roland Garros 2013: dia 3

Como previsto, a chuva chegou a Paris. Adiou jogos de estrelas, como Azarenka e Kvitova. Então, sobrou para as pratas da casa, que comandaram o dia. Alizé Cornet e Kristina Mladenovic passaram por Maria-João Koehler e Lauren Davis, respectivamente, com um set fácil (Kiki aplicou pneu) e outro mais disputado cada. Quem teve trabalho foi a nº 1 do país, Marion Bartoli, que na Philippe Chatrier demorou três sets e mais de três horas para despachar a bielorrussa Olga Govortsova. Uma novela de quatorze break points vencidos, muitos erros não forçados e bem distribuídos, com Olga se superando em winners. Seria um vexame a eliminação de Marion, mas ela bem que merecia.

Samantha Stosur d. Kimiko Date-Krumm: 6/0 e 6/2

O set inicial teve domínio da vencedora, enquanto a adversária (trajando Stella McCartney!) tinha um baixo índice de êxito no primeiro serviço e ZERO pontos conquistados no segundo. No segundo set, Stosur vinha bem até Kimiko conquistar seu primeiro game, muito festejado pela torcida. Nele, a australiana meteu três bolas para o alto. Os dois únicos games vencidos – e confirmados – pela japonesa foram os mais longos do jogo. No segundo, com vários deuces, Kimiko confirmou depois uma devolução ingênua de Sam, próxima à rede. O árbitro apareceu duas vezes: uma, numa bola duvidosa na parte de fora da linha, e outra durante uma rally em que, aparentemente, não aconteceu nada demais. Não entendi o ocorrido: o VT cortou a reclamação de Date-Krumm, que foi a prejudicada nos dois lances.

O jogo mais atraente do dia foi Jankovic x Hantuchova. Pelo placar, pareceu equilibrado. Mas a eslovaca fraquejou enormemente: fez 5/0 no segundo set, próxima de empatar a partida, mas deixou virar, confirmando a derrota no tiebreak. Mérito de JJ.

Kristyna Pliskova poderia entrar no top 100 e acompanhar a irmã-gêmea, Karolina, mas perdeu errando muito e ameaçando pouco a colombiana Mariana Duque Mariño. Ela é a terceira latino-americana na segunda fase (junto de Puig e Ormaechea). Com a fase de estreia perto do fim e sem nenhum walkover, a chance da brasileira Teliana Pereira entrar como lucky loser vai minguando. Tremenda falta de sorte.

Shvedova, mesmo aplicando pneu, perdeu um set para Vandeweghe; chegou à vitória, mas teve trabalho. No fim do prejudicado dia, transferiram, sem motivo, a partida de Dominika Cibulkova - que ganhou - para uma quadra sem câmera. Ao espectador de sofá, sobrou apenas a fácil vitória de Erakovic sobre Baltacha, que sintetiza bem esta fraca terça-feira.

Cabeças de chave eliminadas: nenhuma!

Outras considerações

É um inferno acompanhar torneio picotado por rain delays. Se não me engano, hoje foram duas interrupções. Não consegui ver uma partida completa ao vivo. Em competições de uma semana com atletas de ranking menor, a tendência é desistir de acompanhar. Aconteceu no WTA de Bruxelas, mas para me preparar psicologicamente ao Grand Slam francês, foi conveniente a folga. A semana que mais me frustrou, contudo, foi em junho de 2012, no International de Birmingham, quando a final, entre Oudin e Jankovic, foi adiada tantas vezes que terminaram na segunda-feira, sem televisão. Se com espectador é assim, para público presente e, principalmente, para jogador, é pior ainda.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Roland Garros 2013: dia 2

Zuzana Kucova d. Julia Goerges: 7/6(8) e 6/0

A eslovaca Kucova, na prática, não jogava desde 2011, por causa de uma lesão. Seu ranking era “traço”. Entrou no qualifying graças ao ranking protegido. Com quase 31 anos, está perto da aposentadoria. São elementos que tornam ainda mais vergonhosa a derrota da adversária, uma cabeça de chave.

Julia não encaixa uma boa sequência há tempos, ganhando uma partida por semana, no máximo. O Australian Open foi exceção, mas ela contou muito com a sorte em sua campanha. Agora, encontrou um novo nível de fundo do poço, talvez o maior no quesito adversário. Terá de se acostumar a quedas mais significativas no ranking. Saiu do top 30 e, com muitas concorrentes vivas, a situação é desoladora.

A alemã fez muitos winners e aces, mas não conseguiu controlar os erros não forçados. Kucova construiu seu jogo neles. O primeiro set foi equilibrado (não deveria, em condições normais), com a eslovaca chegando a ter triplo break point, que desperdiçou e levou ao tiebreak. O derradeiro momento desta parte recebeu a máxima do “ninguém quer ganhar”, até que a sem ranking tomou a iniciativa para fechar no décimo ponto. O segundo set foi outro jogo, pois Julia perdeu totalmente a concentração. Fui ao banheiro no intervalo e, na volta, já estava 2 games a 0. Kucova iria aplicar um pneu, enquanto Julia já estava com a cabeça longe. Melancólica eliminação.

Caroline Wozniacki d. Laura Robson: 6/3 e 6/2

A expectativa que os ingleses depositam em Robson é tão grande que tentam fazê-la vencer pela força da mente. Quando não acontece, vem o constrangimento. Foi assim contra Stosur no US Open, e agora, na estreia em Roland Garros. Havia o fato de Wozniacki, sua adversária, ter perdido todos os jogos que disputou, recentemente, no saibro vermelho. Mas Laura tinha a si própria como maior oponente, apresentando um tênis decepcionante. Foram quatro vezes mais erros não forçados que a dinamarquesa, que não desperdiçou os presentes. Se no primeiro set Robbo tentou algo, no segundo só assistiu à vitória de Caroline.

Kirsten Flipkens d. Flavia Pennetta: 2/6, 6/4 e 6/0

Flavia abriu 4/1 rapidamente, parecendo que ganharia bem. Seria uma surpresa. O segundo set teve as jogadoras abusando do jogo em rede, com Flipkens marcando mais pontos. Por outro lado, a mesma conseguiu a proeza de cometer quatro duplas faltas no quarto game. Com muitas quebras, a belga estava ligeiramente a frente, quando Pennetta ensaiou uma reação. Sacando para empatar em 5/5, cometeu erros bobos, foi quebrada e perdeu a parcial. O set final foi tão rápido quanto o primeiro. Embora a italiana tenha conseguindo alguns breaks points, Flipkens os salvou e não teve dificuldade para vencer enquanto devolvia. Pneu em Pennetta, que caiu de produção no último jogo do dia. Paralelamente, um grupo de torcedores belgas animava a arquibancada.

Cabeças de chave eliminadas: [22] Ekaterina Makarova, [24] Julia Goerges e [28] Tamira Paszek.

Outros jogos

Vitórias esperadas: Vinci, Li, Aga Radwanska e Sharapova. Derrotas esperadas: Paszek e McHale. Bouchard e Ormaechea conquistaram importantes vitórias em primeira fase de Grand Slam. A argentina, com isso, debuta no top 100. Não sei qual é a de Oprandi ao ser superada pela jovem Svitolina. Seus últimos resultados foram bizarros (vide como foi eliminada em Oeiras). No duelo alemão, Kerber poderia muito bem perder, depois de superar um tiebreak apertado; no segundo set, Mona Barthel errou em momentos cruciais, sendo quebrada duas vezes na metade e no fim da parcial. Em Kuznetsova x Makarova, equilíbrio em vários fatores, mas muitos break points consumados. O segundo set, neste quesito, evidenciou maior fragilidade das adversárias.

Outras considerações

- Surgiu no You Tube a promo do Eurosport para Roland Garros. Mesmo esquema dos últimos majors, com jogadores em tamanho Godzilla passando por pontos turísticos da cidade-sede. Foram racionais em inserir o Tsonga (embora o fizessem porque Andy Murray desistiu), mas preguiçosos em repetir a mesma imagem de jogador (a mesma da Azarenka no Australian Open, no caso). Agora falta fazer a brincadeira com o quarto Grand Slam. Mas continuará assim: o Eurosport não possui os direitos de Wimbledon;

- Faz algumas semanas que estou inexplicavelmente apaixonado por Laura Robson. Ela não é top em beleza (a amiga dela, Eugenie Bouchard, é dez vezes mais bonita), mas tem algo na inglesa que me conquista;

- Uma comparação técnica entre a transmissão via internet do Bandsports e da ESPN: a primeira é gratuita, mas só transmite um jogo, com uma qualidade de imagem apenas razoável. A segunda transmitia todas as quadras com câmera, normalmente sem narração (ou com ela, em inglês) e podendo assistir até em HD. Só que era via Watch ESPN, serviço disponível para assinantes de determinados serviços. Aliás, eu, que sou assinante de um desses, estou inexplicavelmente sem o recurso do canal há alguns meses. Já reclamei com o responsável, e nada.

- Fã é um bicho chato. Maria Sharapova estava programada para jogar na Philippe Chatrier, mas o jogo anterior na quadra demorou mais que o esperado. Moveram-na para a Suzanne Lenglen, que não é uma quadra pequena. Mesmo assim, dá-lhe reclamação desse povo que defende um jogador como se ele fosse seu parente, namorado ou este estivesse impossibilitado de se defender. É inútil e constrangedor. Na frente da tv ou monitor não faz diferença.

Roland Garros 2013: dia 1

O Grand Slam no piso de saibro, na capital francesa, começou com frio e, consequentemente, muitas jogadoras agasalhadas. A previsão sinaliza chuva para os próximos dias (elemento que arruinou a programação do WTA de Bruxelas). Aliado à falta de luz no fim da tarde, dias tenísticos curtos e/ou apertados vêm aí. A organização do torneio distribuiu os jogos da primeira fase em três dias, o que pode amenizar os contratempos.

Antes da programação do dia, uma expectativa: a brasileira Teliana Pereira, que perdeu na última fase do qualifying, está a uma desistência na chave principal para aparecer como lucky loser. Ano passado, duas jogadoras conseguiram esse tipo de entrada: Laura Robson e Sesil Karatantcheva.

Os jogos

Sabine Lisicki d. Sofia Arvidsson: 6/3 e 6/4.

Um jogo tranquilo para a alemã, que sempre esteve na frente. Se ela teve quase o dobro de erros não forçados (30-14), compensou na boa diferença em winners (37-7). Foi também mais a rede e teve aproveitamento de primeiro serviço superior, chegando a quase 200 km/h no mais rápido.

Monica Puig d. Nadia Petrova: 3/6, 7/5 e 6/4.

A porto-riquenha vice campeã juvenil de simples no saibro parisiense, há dois anos, já mostrava uma temporada promissora furando qualis e entrando no top 100. Seu cartão de visita na WTA foi o jogo em Brisbane, contra Kerber, quando foi perder só no tiebreak do terceiro set. Neste domingo, enfrentou uma confiante Petrova, que apesar de viver um 2013 decepcionante, vacilando em entrar no top 10, teve um primeiro serviço que a ajudou em momentos variados, encaixando muitos aces (foram doze). Mas Puig não desistia, aproveitando alguns vacilos da russa. Foram muitas trocas de bolas, gerando belos pontos, sendo a maioria da tenista latino-americana. Quando parecia que o jogo iria continuar indefinidamente (em Roland Garros, não há tiebreak no terceiro set), Puig reverteu uma quebra no meio do set, e quando Petrova sacava para continuar no jogo, repetiu a façanha, conquistando uma grande vitória.

Cabeças de chave eliminadas: [11] Nadia Petrova e [30] Venus Williams.

Outros resultados: Petra Cetkovska, recém-voltada de uma longa lesão, derrotou facilmente a russa Olga Puchkova, que mais chamou atenção por seu outfit bizarro. Ana Ivanovic teve um set a mais de sofrimento para vencer Petra Martic. Anastasia Pavlyuchenkova, que alterna entre alguns títulos e eliminações em primeira fase, suou em três sets para superar uma também vacilante Andrea Hlavackova. Arantxa Rus continua sem vencer em 2013 na WTA; como defendia quantidade razoável de pontos, irá despencar muito no ranking. Sara Errani a fez de vítima. A promessa croata Donna Vekic não foi páreo para Burdette, enquanto que a cazaque-problema Yulia Putintseva não reconheceu Morita. Serena passou a estreia sem vexame ou susto, enquanto sua algoz de um ano atrás, Virginie Razzano, foi à segunda fase após se superar num duelo francês. Mandy Minella decepcionou novamente, enquanto a certeza das eliminações de Galina Voskoboeva e Sorana Cirstea se transformou em viradas.

Venus Williams travou uma batalha de três sets, com dois tiebreaks. O cansaço venceu. Urszula Radwanska, que voltou a ser loira e não é boa jogadora, se aproveitou. Vi apenas o primeiro set, com a polonesa vacilando para fechar em diversos momentos. Pelas estatísticas e comentários, foi um jogo sofrível. Dizem que ela perderá facilmente na segunda fase, seja qual for a adversária (se esta não tiver o perfil da Venus, claro).

Transmissão

Eurosport

Nem lembrava mais como era assistir a um jogo no Eurosport International – pra quem não sabe, a divisão da emissora perdeu os direitos de torneios WTA, mas mantém o de Roland Garros, da ITF. Diferença para o British Eurosport? Não possui intervalos comerciais de seguros, crédito pessoal e sites de apostas (como querem tirar dinheiro desse povo, não?). Em compensação, voltam as propagandas de turismo, que valem pela criatividade.

Bandsports

Algumas surpresas positivas, mas não para tanto. A emissora fechada fez um hotsite bem informativo sobre Roland Garros. Além do canal principal, abriu dois outros para os jogos: um em alta definição, somente para assinantes da Sky, e outro via site, gratuitamente. O lado bom deste, que pude avaliar: transmissão dentro da lei e com a equipe do canal, falando em bom português. O ruim: a equipe do canal. Contrataram mais gente, mas a redundância na narração continua. Precisam definir qual é o público-alvo: o fã de tênis, que conhece minimamente o esporte, ou o espectador leigo e casual, que precisa ser pego na mão para acompanhar o que está passando na tela.

Entre os comentaristas, Carla Tiene e Flavio Saretta foram dois dos contratados. Gostei da capitã do Brasil na Fed Cup, com comentários sobre técnica e, especialmente, o psicológico das jogadoras. Com o ex-ATP, a situação foi inversa. Irritou pelo jeito muito descolado, preferindo brincar a informar. Chamou Sabine Lisicki de “funkeira” pelo “pancadão” que dá ao golpear a bola. Ficou admirando a própria piada durante toda a transmissão. Nesse jogo – Lisicki x Arvidsson –, em especial, ele e o narrador fizeram o que todo fã de tênis odeia: falar durante os pontos. Entre uma gracinha e outra, lembraram que uma das duas realizou uma quebra de serviço. A disputa ficou em segundo plano. Para piorar, uma desinformação: acreditaram na existência do tempo técnico em Grand Slam. Não, isso só acontece em torneios da WTA. Saretta admitiu que só recentemente notou essa ocorrência entre as mulheres.

Se fosse com alguém que acompanhasse o circuito... É muito difícil que isso ocorra?