sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: quartas de final, semifinal e a polêmica



Quartas de final
Na Li d. Agnieszka Radwanska, 7/5 e 6/3;
Show de horrores, com ninguém querendo ganhar a partida. O primeiro game foi longo (doze minutos) e com erros não forçados a cada ponto disputado. A seguir, uma quebrava e a outra repetia o feito. Depois, confirmações. Estava difícil alguém obter uma real vantagem. Li conquistou a parcial antes de um possível tiebreak. O segundo set foi um desastre para Aga, que tomou muitos winners e cometeu vários erros não forçados. Decisivo para a quebra de invencibilidade da polaca em 2013: foram treze jogos sem perder sequer um set.

Maria Sharapova d. Ekaterina Makarova, 6/2 e 6/2;
A padaria Sharapova (com bagels e breadsticks) não funcionou, mas o jogo, sim. Makarova tinha um primeiro serviço promissor, mas não soube aproveitá-lo. O segundo foi medíocre. Maria fez a festa em todos eles. A russa que vive em seu país de origem incomodou mais no começo do jogo, com direito a uma quebra. No segundo set, a ameaça foi nula, tratando só de confirmar os games.

Victoria Azarenka d. Svetlana Kuznetsova, 7/5 e 6/1;
Sveta jogou muito bem, ameaçando a adversária e tornando o jogo bem equilibrado no 1º set. No set seguinte, aparentou torcer o tornozelo. Não precisou de atendimento médico, mas caiu de rendimento. Foram muitos erros não forçados, enquanto Vika os economizava. Pode-se levantar a possibilidade do “Sveta sendo Sveta”, mas seu caminho, desde o qualificatório de Sydney, tem sido ótimo, criando expectativas para o que virá a seguir. Enquanto isso, a bielorrussa chegou à esperada semifinal sem tanta facilidade, ao contrário das concorrentes.

Sloane Stephens d. Serena Williams, 3/6, 7/5 e 6/4.
O jogo começou surpreendentemente parelho, com as duas confirmando de zero. A parcial foi rápida, durando vinte e sete minutos. Serena precisou de três break points para conquistar a única quebra e fazer 1 a 0. O segundo set envolveu mais trocas de bola. Sloane errou muito, no início e no fim. Serena sentiu as costas na segunda metade do sete, e o drama começou. Pediu tempo médico e quebrou a raquete por descobrir a limitação de seus movimentos, com um saque bem mais lento. Sloane deu uma tremida com a situação, mas obteve o êxito antes de um tiebreak, quando Serena acumulou seis erros num único game. No set final, o serviço de Serena continuou a desejar. As quebras rechearam a parcial. Sloane, aos trancos e barrancos, obteve o triunfo definitivo.

Semifinais 

Na Li d. Maria Sharapova, 6/2 e 6/2;
Outrora imbatível, Sharapova caiu. E feio. Nas semifinais, a russa errou muitas devoluções e tomou vários winners na sequência do saque. Seu segundo serviço foi ridículo. Erros não forçados e duplas faltas vieram para valer. Li foi conquistando vários break points, enquanto a russa se conteve com um, quando tinha uma falsa esperança de reverter no primeiro set. A mudança teria que ser muito repentina e brusca para virar. Conhecida por cair de ritmo em seus jogos, Li se manteve firme até o fim, ajudada por uma irreconhecível cabeça de chave nº 2.

Victoria Azarenka d. Sloane Stephens, 6/1 e 6/4;
Vika foi superior e poderia ter vencido mais rapidamente, mas sua saúde deu outro contorno ao jogo. No primeiro set, Stephens teve mais do dobro de erros não forçados da adversária (19 a 8), enquanto que, no segundo, aumentou o número, que terminou em empate (23 a 23). A explicação: Vikagate (cacófato do inferno, mas foram os gringos que o criaram).

O "Vikagate"

A número 1 sentiu algum desconforto físico no início do segundo set. A lembrança de Stephens derrotando Robson e Serena em condições semelhantes veio à tona. Foram duas quebras para cada lado, até Vika sacar para o jogo em 5/3. Perdeu cinco match points e deixou a adversária conquistar o game. A seguir, pediu tempo técnico, sendo tratada no vestiário por dez minutos. Retornou, quebrou e faturou a partida.
A imprensa norte-americana e a equipe do Eurosport desceu a lenha, acusando-a de simulação, para esfriar a partida. Na conversa em quadra, com Sam Smith, Vika deu uma resposta evasiva. Alguns minutos depois, a ESPN, escolheu outro caminho e alegou falta de ar. Na coletiva de imprensa, foi bombardeada por jornalistas. Uma parte da classe queria jogá-la na fogueira, tentando usar Stephens para isso, que se esquivou.
Pelo contexto do jogo, existe a possibilidade de falsa lesão. Pelo histórico de Azarenka, com abandonos e desistências estranhas frequentes, também.
A favor da jogadora, está a subjetividade: quem provará o que ela realmente sentiu na hora? O atendimento médico é um direito de todo tenista.
Vika era superior a Stephens e, se não fosse o problema, poderia ter repetido o 6/1. Se o problema era a falta de ar, porque o tempo não foi solicitado antes? Não se sabe.
O fato é que a reação negativa dos jornalistas pode afetar psicologicamente o desempenho da bielorrussa na final, que terá uma adversária mais forte.
Fico com o cenário do esfriamento de jogo, mas sem a exaltação dos norte-americanos, que o fazem porque sua conterrânea foi envolvida. Contra uma não americana, a reação seria, no máximo, discreta.
A classificação de Azarenka à final foi anticlimática.

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