sábado, 26 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: final

Victoria Azarenka d. Na Li, 4/6, 6/4 e 6/3

O Australian Open se tornou o China Open. A torcida não parava de atrapalhar o andamento da final, mas apoiava Na Li. Cada ponto importante e a Rod Laver Arena vinha abaixo. Quando Victoria Azarenka conquistava um êxito, a reação positiva era discreta. Vaias e imitações dos gritos eram ouvidas, vez ou outra.

O trabalho da imprensa norte-americana, que praticamente incriminou a atleta bielorrussa, influiu no jogo. Vika não apresentou seu melhor tênis; estava claramente nervosa. A asiática, embora tenha realizado um punhado de boas jogadas, também não foi bem.

O serviço de Azarenka estava péssimo. Demorou vários games para confirmar. Ele foi melhorando, mas não era garantia de sucesso. A número 1 obteve apenas quatro winnersno primeiro set, tamanho o seu baixo rendimento.

O ponto decisivo na derrota de Li esteve nos erros não forçados. Foi cada presente dado, que aproximava a adversária de uma quebra. Falando nisso, as duas jogadoras conquistaram o game de serviço alheio dezesseis vezes. É muita coisa, enfraquecendo o nível do jogoParalelamente, mais incidentes. No segundo set, a chinesa torceu o tornozelo e pediu tempo médico. Com a região enfaixada, voltou e ganhou o game, mas o set foi da oponente. Na parcial final, a parada foi geral. É que em 26 de janeiro ocorre o Australia Day. Por volta das dez da noite, fogos de artifício tomaram o céu. Vika aproveitou a oportunidade e também pediu cuidados, deixando a quadra. O jogo voltou, mas Li foi atendida de novo. Problema na cabeça (não, não é uma piada).

A quebra de Vika no quinto game, dando-lhe *3/2, não garantia nada. Contrariando o desenho da final, a confirmação apareceu nas três disputas seguintes: 5/3. Sacando para permanecer no jogo, Li errou quatro vezes. Game, set and match, Azarenka, que não segurou o choro. A pressão foi revertida em um dramático título. Gosto azedo para quem se contaminou com o veneno dos jornalistas ianques e a torcida contra, mas agridoce à campeã: ácido pela rejeição, mais açucarado pelo segundo Grand Slam.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: quartas de final, semifinal e a polêmica



Quartas de final
Na Li d. Agnieszka Radwanska, 7/5 e 6/3;
Show de horrores, com ninguém querendo ganhar a partida. O primeiro game foi longo (doze minutos) e com erros não forçados a cada ponto disputado. A seguir, uma quebrava e a outra repetia o feito. Depois, confirmações. Estava difícil alguém obter uma real vantagem. Li conquistou a parcial antes de um possível tiebreak. O segundo set foi um desastre para Aga, que tomou muitos winners e cometeu vários erros não forçados. Decisivo para a quebra de invencibilidade da polaca em 2013: foram treze jogos sem perder sequer um set.

Maria Sharapova d. Ekaterina Makarova, 6/2 e 6/2;
A padaria Sharapova (com bagels e breadsticks) não funcionou, mas o jogo, sim. Makarova tinha um primeiro serviço promissor, mas não soube aproveitá-lo. O segundo foi medíocre. Maria fez a festa em todos eles. A russa que vive em seu país de origem incomodou mais no começo do jogo, com direito a uma quebra. No segundo set, a ameaça foi nula, tratando só de confirmar os games.

Victoria Azarenka d. Svetlana Kuznetsova, 7/5 e 6/1;
Sveta jogou muito bem, ameaçando a adversária e tornando o jogo bem equilibrado no 1º set. No set seguinte, aparentou torcer o tornozelo. Não precisou de atendimento médico, mas caiu de rendimento. Foram muitos erros não forçados, enquanto Vika os economizava. Pode-se levantar a possibilidade do “Sveta sendo Sveta”, mas seu caminho, desde o qualificatório de Sydney, tem sido ótimo, criando expectativas para o que virá a seguir. Enquanto isso, a bielorrussa chegou à esperada semifinal sem tanta facilidade, ao contrário das concorrentes.

Sloane Stephens d. Serena Williams, 3/6, 7/5 e 6/4.
O jogo começou surpreendentemente parelho, com as duas confirmando de zero. A parcial foi rápida, durando vinte e sete minutos. Serena precisou de três break points para conquistar a única quebra e fazer 1 a 0. O segundo set envolveu mais trocas de bola. Sloane errou muito, no início e no fim. Serena sentiu as costas na segunda metade do sete, e o drama começou. Pediu tempo médico e quebrou a raquete por descobrir a limitação de seus movimentos, com um saque bem mais lento. Sloane deu uma tremida com a situação, mas obteve o êxito antes de um tiebreak, quando Serena acumulou seis erros num único game. No set final, o serviço de Serena continuou a desejar. As quebras rechearam a parcial. Sloane, aos trancos e barrancos, obteve o triunfo definitivo.

Semifinais 

Na Li d. Maria Sharapova, 6/2 e 6/2;
Outrora imbatível, Sharapova caiu. E feio. Nas semifinais, a russa errou muitas devoluções e tomou vários winners na sequência do saque. Seu segundo serviço foi ridículo. Erros não forçados e duplas faltas vieram para valer. Li foi conquistando vários break points, enquanto a russa se conteve com um, quando tinha uma falsa esperança de reverter no primeiro set. A mudança teria que ser muito repentina e brusca para virar. Conhecida por cair de ritmo em seus jogos, Li se manteve firme até o fim, ajudada por uma irreconhecível cabeça de chave nº 2.

Victoria Azarenka d. Sloane Stephens, 6/1 e 6/4;
Vika foi superior e poderia ter vencido mais rapidamente, mas sua saúde deu outro contorno ao jogo. No primeiro set, Stephens teve mais do dobro de erros não forçados da adversária (19 a 8), enquanto que, no segundo, aumentou o número, que terminou em empate (23 a 23). A explicação: Vikagate (cacófato do inferno, mas foram os gringos que o criaram).

O "Vikagate"

A número 1 sentiu algum desconforto físico no início do segundo set. A lembrança de Stephens derrotando Robson e Serena em condições semelhantes veio à tona. Foram duas quebras para cada lado, até Vika sacar para o jogo em 5/3. Perdeu cinco match points e deixou a adversária conquistar o game. A seguir, pediu tempo técnico, sendo tratada no vestiário por dez minutos. Retornou, quebrou e faturou a partida.
A imprensa norte-americana e a equipe do Eurosport desceu a lenha, acusando-a de simulação, para esfriar a partida. Na conversa em quadra, com Sam Smith, Vika deu uma resposta evasiva. Alguns minutos depois, a ESPN, escolheu outro caminho e alegou falta de ar. Na coletiva de imprensa, foi bombardeada por jornalistas. Uma parte da classe queria jogá-la na fogueira, tentando usar Stephens para isso, que se esquivou.
Pelo contexto do jogo, existe a possibilidade de falsa lesão. Pelo histórico de Azarenka, com abandonos e desistências estranhas frequentes, também.
A favor da jogadora, está a subjetividade: quem provará o que ela realmente sentiu na hora? O atendimento médico é um direito de todo tenista.
Vika era superior a Stephens e, se não fosse o problema, poderia ter repetido o 6/1. Se o problema era a falta de ar, porque o tempo não foi solicitado antes? Não se sabe.
O fato é que a reação negativa dos jornalistas pode afetar psicologicamente o desempenho da bielorrussa na final, que terá uma adversária mais forte.
Fico com o cenário do esfriamento de jogo, mas sem a exaltação dos norte-americanos, que o fazem porque sua conterrânea foi envolvida. Contra uma não americana, a reação seria, no máximo, discreta.
A classificação de Azarenka à final foi anticlimática.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: oitavas de final


Ekaterina Makarovad. Angelique Kerber, 7/5 e 6/4;

Ô, pipocada! Kerber tem mostrado problemas em momentos decisivos, ultimamente. A primeira jogadora que realmente a desafiou em Melbourne conseguiu o que queria. Angelique não cometeu duplas faltas, mas foi menos eficiente em winners e pontos à rede. Nos erros, equilíbrio. Pediu tempo médico por causa de uma dor nas costas, mas tentava esfriar uma concentrada Makarova, que tem o duelo de russas – não de musas – na próxima fase. Um tremendo desafio.

Maria Sharapova d. Kirsten Flipkens, 6/1 e 6/0;
Sharapova continua mostrando que é a favorita ao título do Australian Open (se não fosse a presença de Serena Williams). Teve dificuldade com o próprio jogo, no início, mas depois se soltou e não tomou conhecimento da adversária.

Na Li d. Julia Goerges, 7/6(6) e 6/1;
A vitória da alemã era pouco provável e representaria a primeira vez dela como quadrifinalista em Grand Slam. Ela surpreendeu quebrando no primeiro game e correndo atrás do prejuízo depois que a chinesa ficou a frente, no mesmo set. Chegou ao tiebreak. Esteve perto da vitória, mas permitiu a virada. Julia falhou no jogo à rede em pontos importantes. Ainda pediu desafios inúteis, inclusive no match point alheio. Não manteve o ritmo no segundo set. Li subiu de produção e pôs ponto final no confronto.

Agnieszka Radwanska d. Ana Ivanovic, 6/2 e 6/4;
Aga soltou alguns bons aces – cinco a mais que Ana. A sérvia pode ter surpreendido por conquistar um pouco mais que o dobro de winners da adversária, mas o número de erros não forçados dela (34 a 4) foi o diferencial para o placar final. Radwanska teve dificuldade para confirmar o serviço duas vezes no segundo set. Foram duas pequenas batalhas. Contudo, com a quebra conquistada no game inicial, administrou a vantagem até a vitória, confirmando o último game de zero.

Svetlana Kuznetsova d. Caroline Wozniacki, 6/2, 2/6 e 7/5;
O bom jogo à rede (92% de eficiência) e os muitos drop shots bem sucedidos poderiam garantir mais facilmente a vitória para Sveta. Só que ela esqueceu o cérebro no segundo set e, no terceiro, mostrou-se passiva o suficiente para acreditar na eliminação, embora não tenha ficado tão atrás no placar. Contudo, veio quebra para os dois lados, atendimento médico à russa e um rally divertido de se ver. A quebra fatal de Kuznetsova veio no 11º game, confirmando a seguir e impedindo Vika x Caro, como não poderia deixar de ser.

Victoria Azarenka d. Elena Vesnina, 6/1 e 6/1;
Fácil, mas as duplas faltas preocupam. Foram sete, com direito a uma quebra. Vika precisa melhorar ou poderá virar presa fácil de melhores adversárias.

Sloane Stephens d. Bojana Jovanovski, 6/1, 3/6 e 7/5;
Altos e baixos para os dois lados. O breadstick inicial parecia sinalizar uma vitória tranquila de Sloane. Mas ela voltou para a segunda parcial esperando erros da adversária, em vez de provocá-los. Bojana cresceu e sustentou bons rallies (o que criou surpresa nas redes sociais). No set final, confirmação e quebra de serviços proporcionavam um cenário favorável à sérvia. Mas uma quebra de volta pôs os pés dela no chão. A situação se repetiu nos games seguintes. Se tivesse aproveitado as oportunidades, um 5/0 estaria encaminhado. Pior que isso, foi ver a moça de olhos azuis tomar três love games, com dois em seu serviço. O desenho do jogo favoreceu a norte-americana, que não deixou o set se esticar, quebrando no 11º game, um antes da vitória.

Serena Williams d. Maria Kirilenko, 6/2 e 6/0.
Serena começou sacando, surgindo um triplo break point à russa. O quadro era animador, mas não perdurou. Mariazinha tentou, com um bom índice de acertos em primeiro serviço, mas o da adversária foi arrasador. No segundo set, a loira deu uma desanimada, confirmando a esperada vitória da norte-americana.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: terceira fase

Victoria Azarenka d. Jamie Hampton, 6/4, 4/6 e 6/2;
Puxadíssimo. Isso porque a norte-americana, número 63 no ranking, estava jogando no sacrifício. E as concorrentes ao título passeando nos seus jogos. A perda do número 1 está cada vez mais próxima.

Elena Vesnina d. Roberta Vinci, 4/6, 7/6(4) e 6/4;
Definir a adversária de Vika nas oitavas era difícil. As duas acima, mais Lepchenko, se destacavam. Vesnina vem aproveitando a boa fase desde seu primeiro título de WTA, mas o jogo foi equilibrado e decidido nos detalhes.

Serena Williams d. Ayumi Morita, 6/1 e 6/3;
Um serviço de 207 km/h. A mulher quer ser campeã. Pelo menos Morita conseguiu uma quebra.

Maria Kirilenko d. Yanina Wickmayer, 7/6(4) e 6/3;
A belga perdeu a avó na última semana, mas lutou até o fim contra uma Kirilenko mais agressiva.

Bojana Jovanovski d. Kimiko Date-Krumm, 6/2 e 7/6(3);
A quadra tinha torcida dos dois lados. A juíza chamou a atenção do público várias vezes. Bojana poderia ter uma vitória mais tranquila. Kimiko tem um saque ridículo; a festa poderia ser feita a partir dele. A oriental aproveitou os erros da balcânica para manter o sonho das oitavas aceso. Mas não rolou.

Sloane Stephens d. Laura Robson, 7/5 e 6/3;
As duas têm muito hypeda mídia, já comparando o confronto a um clássico entre Nadal e Federer. A norte-americana abriu boa vantagem no primeiro set, mas deixou a adversária empatar. Depois, acordou. A Laura de (alguns) saques fatais contra Kvitova não foi vista aqui. A moça recebeu atendimento médico e tentou manter o pique, mas Sloane foi superior.

Julia Goerges d. Jie Zheng, 6/3, 1/6, 7/5;
A alemã abriu vantagem razoável, aparentando vitória fácil. Vacilou uma vez para fechar, mas aquilo seria um reflexo do pobre segundo set, quando ganhou um breadstick. Na metade do set final, Zheng quebrou e parecia que se classificaria. Entre o décimo e décimo segundo game, Julia empatou e virou. Inimaginável. Grande vibração pela vitória e defesa dos pontos de 2012.

Ana Ivanovic d. Jelena Jankovic, 7/5, 6/3;
O confronto entre as duas melhores jogadoras sérvias não acontecia há algum tempo. Esperava-se arranca-rabo, mas a paz reinou. Ana quebrou duas vezes, Jelena repetiu o feito em seguida, mas antes do tiebreak, a moça mais magra triunfou. Na segunda parcial, a quebra se deu no terceiro game. Ana administrou até o final.

Maria Sharapova d. Venus Williams, 6/1 e 6/3.
Esperava-se um senhor confronto. Foi uma decepção. Maria atropelou, tendo alguma dificuldade no segundo set. Neste momento, o público queria mais jogo. Sobrou a cara de conformismo por parte de Venus e sua mãe. A russa vibrou demais no final, como se fosse um título. Não sei se era pra tanto.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Australian Open 2013: segunda fase

Cabeças de chave eliminadas:

(8) Petra Kvitova(Laura Robson a derrotou por 2/6, 6/3 e 11/9);
Foi longo e duro... de se ver. Uma porrada de duplas faltas. Sempre se fala da asma de Petra, mas a própria excluiu este fator. Pelo número de erros, Laura, que teve menos, "mereceu" levar.

(9) Samantha Stosur (Jie Zheng a derrotou por 6/4, 1/6 e 7/5);
Demorou, mas ela conseguiu. E como! Samantha foi patética, especialmente no saque. Com match points no terceiro set, deixou a chinesa gostar do jogo. Aí, viu-se que ela é perigooosa, e... acabou.

(15) Dominika Cibulkova (Valeria Savinykh a derrotou por 7/6(6) e 6/4);
Domi já estava flertando com a eliminação. A bicicleta na final em Sydney é um fantasma que ela carregará por algum tempo.

(17) Lucie Safarova (Bojana Jovanovski a derrotou por 7/5 e 7/5);
A sérvia demora muito para sacar. Não sei como não tomou advertência. Poderia ter ganho com mais facilidade, mas perdeu oportunidades de ouro. Lucie errou demais.

(21) Varvara Lepchenko (Elena Vesnina a derrotou por 6/4 e 6/2);
Lena V. está embalada por despontepretar na Tasmânia. Sobre Varvara, esqueci dos feitos que a tornaram seed 21.

(23) Klara Zakopalova (Kirsten Flipkens a derrotou por 6/1 e 6/0);
Ah, essas tchecas. A má fase está pra todo lado (Hradecka e Hlavackova foram eliminadas no segundo jogo, em duplas). Flipkens está aparecendo demais ultimamente. Depois da aposentadoria de Clijsters, é bom ver o tênis belga não dependendo só de Wickmayer.

(26) Su-wei Hsieh (Svetlana Kuznetsova a derrotou por 6/2 e 6/1);
Sveta se reerguendo das cinzas. Ela pode mais.

(30) Tamira Paszek (a convidada Madison Keys a derrotou por 6/2 e 6/1);
Katie Spellman, assessora de Paszek e Kvitova, teve uma bela dor de cabeça nesta rodada.

Qualifier que aprontou:

Lesia Tsurenko (venceu Daria Gavrilova, outra quali, por 7/5 e 6/3);

Outros jogos:

Caroline Wozniacki d. Donna Vekic, 6/1 e 6/4;
Vekic está muito verde, erra demais e olha pro técnico toda hora, mas não se abalou depois do breadstick ganho pela danesa. Que o futuro lhe reserve boas surpresas.

Serena Williams d.Garbiñe Muguruza, 6/2 e 6/0;
Dentro das limitações (jogar contra Serena), até que a Garbiñe fez boa coisa. E o mundo parece tê-la descoberto. Há beleza na Espanha.

Ana Ivanovic d. Yung-jan Chan, 7/5, 1/6 e 6/4;
Ana faz de tudo para tornar dramáticos jogos relativamente fáceis. Irrita. A sérvia estava muito próxima da derrota, quando Chan falhou no final do terceiro set.

Maria Sharapova d. Misaki Doi, 6/0 e 6/0.
Segunda bicicleta aplicada pela russa. Bom que Maria não se iluda com isso. Estatisticamente, a última que fez dois jogos semelhantes em Grand Slam (ou seria só no Australian Open?) foi eliminada na terceira rodada. Difícil se repetir, mas não impossível.

Australian Open 2013: primeira fase


O tempo é curto e, para facilitar, fiz rápidos comentários em jogos que julguei importantes. Melbourne está o inferno na Terra, mas jogar tênis é preciso. Primeiro Slamdo ano, chave fácil para Azarenka atéuma possível semifinal possível contra Serena. Na metade inferior, muitos nomes promissores, enquanto Sharapova se destaca criando uma conta no Twitter.

Cabeças de chave eliminadas:

(7) Sara Errani (Carla Suárez Navarro a derrotou por 6/4 e 6/4);
Num dos muitos International que venceu em 2012, a italiana poderia derrotar facilmente a espanhola (o fez, por 1 & 2, em Barcelona). A eliminação na estreia, em sets diretos, tendo a defesa das quartas de final, pesa muito para a top 10, que não poderá disputar tantos torneios de 235 mil e pelo fato de que repetir as façanhas em Roland Garros e no US Open é difícil.

(12) Nadia Petrova (Kimiko Date-Krumm a derrotou por 6/2 e 6/0);
Nadia perdeu o treinador (aquele espanhol que xingou Stosur via microfone, no tempo técnico) e o cérebro. A derrota sem resistência surpreende, assim como o nome da felizarda. Kimiko é quarentona e passar da primeira fase de um Grand Slam chama atenção.

(24) Anastasia Pavluchenkova (Lesia Tsurenko a derrotou por 7/5, 3/6 e 7/5);
Reedição da semifinal de Brisbane. Triste para a russa, que prometia bons ares. Lesia fez bem a lição de casa, numa longa batalha.

(28) Yaroslava Shvedova (Annika Beck a derrotou por 6/2, (7)6/7 e 6/3);
A duplista cazaque começa a contradizer seu ótimo 2012 em simples ao cair para a juvenilalemã.

(31) Urszula Radwanska (Jamie Hampton a derrotou por 6/2 e 6/4);
O sorteio foi muito generoso para a irmãzinha de Aga. A moça poderia chegar até a terceira fase, onde enfrentaria a número 1 do mundo, Victoria Azarenka. Seria um grande resultado. Mas é a Ula, né?

(32) Mona Barthel (Ksenia Pervak a derrotou por 7/5, 2/6 e 6/4).
Grande vitória da russo-cazaque e outra pá de cal nas esperança de Mona ser a Nova Graf.
Qualifiers que aprontaram: 
 
Akgul Amanmuradova (venceu Mathilde Johansson por 6/4 e 6/2);
Num jogos desses, difícil confiar numa francesa que não seja a Bartoli.

Daria Gavrilova (derrotou Lauren Davis por 6/3, (2)6/7 e 6/4);

Lesia Tsurenko;
Ver acima.

Luksika Kumkhum (venceu Sofia Arvidsson por 7/6(5) 6/4);
Who? Porra, Sofia.

Maria João Koehler (derrotou outra quali, Karin Knapp, por 3/6 6/3 6/3);
Duas portuguesas na chave principal foi um estouro. Uma na segunda fase ainda é uma bombinha poderosa.

Valeria Savinykh (derrotou Mandy Minella por 7/6(4) 6/1);
Mandy é outra que adora desperdiçar as chances que ganha.

Vesna Dolonc (derrotou Olivia Rogowska por 5/7 7/5 8/6).
Uma australiana a menos, enquanto Stosur conseguiu se manter viva. O que mais circulou na web foram as piadas com os antigos sobrenomes de Vesna.

Outros jogos:


Caroline Wozniacki d. Sabine Lisicki, 2/6, 6/3 e 6/3;
Especialmente no 3º set, Sabine perdeu o cérebro. Abriu 3/0 e deixou a filha do Piotr virar, aplicando pneu moral. Uma bela amarelada, o que combina com a maioria dos outfitsno torneio.

Donna Vekic d. Andrea Hlavackova, 6/1 e 6/2;
Depois de tomar bicicleta de Serena, Andrea quase realizou a mesma proeza contra uma adolescente de dezesseis anos.

Shuai Peng d. Rebecca Marino, 6/3 e 6/0;
Relatos dão conta que a canadense – a única na chave principal – estava pesada e lenta. O ranking protegido lhe proporcionou um belo constrangimento.

Julia Goerges d. Vera Dushevina, 7/5, 2/6, 6/4;
Jogo AGUERRIDO E ESTUDADO. Por pouco a alemã não dá outro vexame numa estreia de Grand Slam.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Semana 1 de 2013: estreia chinesa e três chances na Austrália


Ano novo, esperanças renovadas. Ao menos no tênis: jogadoras que tiveram um 2012 ruim podem ser outras na nova temporada, depois do período de férias, preparação e eventuais exibições. Tudo é possível.

Falemos de assuntos corriqueiros e o que aconteceu na primeira semana, que incluiu os últimos dias de dezembro. Teve tenista, em Sydney, jogando perto do réveillon. Puxadíssimo.

O Eurosport perdeu os direitos de transmissão da WTA. Mas foi o canal internacional. O British Eurosport já tinha exibido a última Fed Cup. Encontrei-os passando um ou outro jogo de Brisbane. Para muitos telespectadores europeus que exercem sua função legalmente, mas não contam com o British, a dor de cabeça é evidente. Para os pirateiros ao redor do mundo, o transtorno é menor.

O italiano SuperTennis, que tinha pego o Torneio das Campeãs, em Sófia, o fez também com a Hopman Cup. A imagem é boa, do canal em HD. O Al Jazeera, que aparecia aqui e ali, também deve aumentar a frequência. Os canais sem logotipo – quem sabe são do TennisTV, já que o nome do site de stream cobre um canto da tela – devem predominar. A qualidade de imagem não é garantida. O WTA de Hobart está com transmissão oficial pelo You Tube, mas trava muito. O Australian Open repetirá a empreitada do ano passado (já o está fazendo na fase qualificatória), porém ficou no “carregando buffering” várias vezes.

Meu primeiro jogo na temporada não foi completo. Vi o final de Petkovic x Barty, pela Hopman, onde a alemã se machucou de novo. Não disputará o Aberto da Austrália, mas volta logo depois. Ela assinou com a Stella McCartney, assim como a britânica Laura Robson. Wozniacki continua na marca, apesar dos maus resultados na última temporada.

No torneio de exibição em Perth, além de Petko, dois jogadores masculinos saíram lesionados, de Alemanha e Estados Unidos. Um juvenil australiano os substituiu, representando dois países diferentes (a Hopman é uma “Copa do Mundo” de duplas mistas que não vale pontos), que não o seu. Do que vi, Novak Djokovic e Ana Ivanovic fizeram um jogo de mistas divertido contra uma Alemanha desfigurada. Na final, contra a Espanha, Anabel Medina Garrigues fez os dois pontos do título com uma garra incrível. Que isso se estenda pelo resto do ano. Em 2012, ela despencou no ranking e perdeu preciosas chances em torneios importantes, quando tinha adversárias mais fracas. Do que não vi, Francesca Schiavone continua no buraco. Tomou pneu na derrota para Ashleigh Barty.

Em Brisbane, rolou um w/o muito estranho de Victoria Azarenka quando estava prestes a jogar contra Serena Williams, na semifinal. Culpa do pedicure, que trouxe dor ao seu lindo pezinho. A norte-americana passou o trator nas adversárias, enquanto Sharapova desistiu antes de estrear. Isso abriu caminho para a lucky loser ucraniana Lesia Tsurenko até a semi. Decepcionaram Errani, que perdeu para Hantuchova, e esta, que foi eliminada por Lesia. Mesmo não indo longe, Gajdosova voltou a vencer, o que é um alívio. Contra a surpresa porto-riquenha Monica Puig, Kerber quase pereceu. Mas a melhor foi Anastasia Palvyuchenkova, que emagreceu, passando por uma perdida Kvitova e derrotando Kerber em dois tiebreaks. O prato de vice-campeã valeu muito à russa.

Agnieszka Radwanska queimou bem um dos International a que tem direito de disputar, conquistando-o em Auckland. Yanina Wickmayer trocou o vice de Hobart, ano passado, pelo neozelandês. Repetiu aquela final na semi aqui, contra Barthel, em três sets, mas ganhando breadstick. Julia Goerges surpreendeu por trocar a Nike pela Fila. Agora ela pode exibir livremente seu patrocínio, uma marca de ração para gatos. Como seed 2, teve uma derrota preocupante para Johanna Larsson, na segunda fase. Em duplas, defendeu o vice em companhia de Yaroslava Shvedova.

O Internationalestreante de Shenzhen sinaliza a adição de mais torneios na China. Em 2014, o de Premier 5 de Tóquio será trocado por Wuhan, terra natal de Na Li. Esta, como seed 1, não fez feio e levou o título. No stream de challenger que vi um dos jogos, a quadra era modesta e com pouco público. O Internationalde Tashkent, que acompanhei muito em 2012, parece um pouco melhor que o de Shenzhen.

Para encerrar, um detalhe: na China é inverno e na Austrália, verão. Deve ter sido uma mudança sensível para as jogadoras que saíram do frio de Shenzhen para o sol escaldante de Sydney ou Hobart, em poucos dias. Especialmente para Na Li.