domingo, 8 de setembro de 2013

US Open 2013: segunda semana (1/2)

Oitavas de final

A promessa de “jogaço” entre Serena e Sloane Stephens não foi cumprida. A jovem jogadora, que perdeu em dois sets, lutou por longos games para não ser quebrada. Na situação inversa, Serena foi quebrada apenas uma vez, e nunca esteve atrás no placar, sacando com facilidade.

Muitas quebras tiveram Suarez Navarro x Kerber: quatorze. A ex-semifinalista do US Open mostra que está no mesmo nível da espanhola, e isso não é um elogio. Nas três horas de jogo, o primeiro set só foi decidido no final. Na sequência, a alemã perdeu o rumo, chegando a tomar 5/0.  O terceiro terminou no tiebreak, com três minibreaks sofridos pela ainda top 10.

Aga Radwanska abriu 4/0, mas tirou a cabeça do jogo, perdendo os oito games seguintes. Parecia desanimada. Quando tentou reagir, era tarde demais. Makarova quebrou de zero no sétimo game e, também de zero, confirmou o saque e a vitória.

Virtualmente no top 10, Jankovic sofreu a maldição de recém-entrar nele. Dois dos três games conquistados no jogo todo foram quebras, é verdade, mas a sérvia não estava com vontade de jogar. Muitos love games foram arranjados por Li, num duelo sofrível.

Giorgi, com alguns fãs fiéis, parou na regular Vinci por um placar largo. Uma decepção, depois de eliminar Wozniacki. Hantuchova completa o caminho dos sonhos ao bater duas qualifiers e duas convidadas, cortesia de Stosur e Kvitova, que caíram antes. A eslovaca precisou de três sets para bater Alison Riske. Houve muita comoção no Twitter, parecendo que a americana iria eliminar a experiente adversária. Mentira: Daniela apenas esticou o jogo, visto que nos sets vencidos não teve dificuldades.

Simona Halep, que tem um ótimo ano, com conquistas menores em todos os pisos, demorou para jogar. O 2/6, sofrido em vinte e sete minutos, foi estranho. No segundo set, ela não só reverteu uma quebra, como ficou outra a frente. Teve um set point, mas não confirmou. Mais quebras até o tiebreak, quando Flavia Pennetta conquistou todos os minibreaks possíveis. Dois sets a zero.

A chuva adiou o último jogo para terça, quando as quartas de final iriam começar. Ruim para a vencedora, que não teria um dia de folga, e para o chamativo duelo, que lidou com um fraco público diurno. Azarenka voltou a jogar mal, e pegou uma Ivanovic inspirada. O primeiro set irritou em um lado e surpreendeu no outro. Só que a sérvia não teve força mental para manter o desempenho. Vika ganhou na marra, com poucos winners, mas menos erros.

Quartas de final

Makarova jogou de igual para igual contra a número 1 da China. No começo, muitos breaks e poucas quebras; o primeiro set terminou tranquilo para a chinesa. No segundo, as quebras se intensificaram, mas a russa ganhou dois games com o bom saque. No tiebreak, boa virada, depois de dois set points. Ekaterina se cansou na última parcial, quando Li quebrou duas vezes na segunda metade.

Outra bicicleta rolou na Arthur Ashe. Desta vez, numa quarta de final. A “vilã” foi Serena Williams. Suarez Navarro foi conseguir dois break points no penúltimo game. Foi o momento mais animado do confronto.

O quarto duelo entre italianas neste US Open começou indefinido, com muitas quebras. Pennetta foi a última a fazê-lo no nono game, obtendo a vantagem e sacando para o set. Depois de três pontos decisivos, conquistou o êxito parcial. O segundo set foi estranho: Flavia abriu 4/0. Depois, duas confirmações de zero. Sem pneu, mas com breadstick, Vinci foi eliminada depois de ter batido duas compatriotas em simples (Knapp e Giorgi) e ainda passado por Pennetta, no dia anterior, em duplas.

Azarenka parece que quer repetir a estratégia de Cincinnati: jogar mal até a final, quando surpreende e vence Serena. Por enquanto, está conseguindo. Contra Hantuchova, foram quatro love games em quatro quebras; duas para cada lado. A bielorrussa nunca ficou atrás no primeiro set, enquanto que no segundo abriu tomando 0/2, mas logo virou. Sacando mal, ela fez questão de alongar irritantemente a partida, com quase o mesmo número de erros e menos winners que a adversária.

Semifinais

Flavia Pennetta estava descalibrada, e essa foi a sorte de Azarenka. Treze quebras no total. A bielorrussa sofreu para fechar a primeira parcial, depois de seis set points. Se fosse a jogadora de outrora, ainda número 1, passaria à final com um placar elástico. Ao contrário do anterior, o set final colocou a loira em vantagem, com 4/1. Depois, foi só administrar as quebras (que coisa) e resolver confirmar no último game, após três match points.

Na Li começou mal e, em trinta em um minutos, ganhou um pneu de Serena Williams. Bem que lutou por dois games, sem obter êxitos. No segundo set, confirmou de zero e obteve uma quebra, chegando a um otimista 2/2. Mas não deu. A última prova de resistência foi quando sacava para permanecer no duelo, salvando seis match points. Levou o game, mas Serena definiu quando servia.

O torneio até aqui

Penso que vi mais jogos ruins do que bons, com cabeça de chave 1 atropelando e a 2 maltratando a bolinha, mas, mesmo assim, vencendo. Farão a final. Difícil acreditar num bom jogo e, muito menos, que Azarenka levante a taça.

Das outras jogadoras, apesar de ter tomado sufoco de McHale, Ivanovic tirou um set de uma top 10. Não vence uma (acho que, na verdade, a estatística é contra top 15) há muito tempo. O desempenho inicial na eliminação é um alento. Makarova foi vibrante, eliminando nomes como Lisicki e Aga Radwanska, além de fazer frente a Li. Segunda quarta de final em Slam no ano.

Decepcionaram Jankovic, Wozniacki (não tinha uma chave tão difícil) e Kirilenko. A russa parece estar machucada, mas deveria ter abandonado quando foi melancolicamente eliminada. Kvitova teve mesmo caminho. Estava com algum vírus, não sendo a primeira vez que isso acontecia. Será sua saúde um obstáculo instransponível ou seu médico é muito incompetente? Enquanto isso, o vexame de Stosur na primeira fase é mais um na conta dela, que tem muita estrada e poucos títulos.

Simona Halep talvez estivesse cansada, pois jogou New Haven até dois dias antes da estreia em Nova York. Quase perdeu nesta. Chegar nas oitavas foi uma vitória perante as circunstâncias.  No cercadinho das italianas, Giorgi teve sua glória de uma noite, mas visto que já surpreendeu em outros carnavais, deveria ter jogado mais contra Vinci. Pennetta teve certas facilidades no caminho, mas o que importa é a semifinal inédita e a subida meteórica no ranking.

Duplas

As irmãs Williams pareciam arrasadoras após eliminarem Errani e Vinci, atuais campeãs e primeiras no ranking. Serena jogou duas semifinais seguidas e, nas duplas, não mostrou a mesma invulnerabilidade. Perderam para as Hlavackova e Hradecka, outrora número dois do mundo.

As tchecas tiveram um ano bem irregular. Caíram muito e ganharam apenas um International. A final foi oportuna, contra duas jogadoras – Barty e Dellacqua - que têm dois vices em Slam, mas ainda sem título. O primeiro set foi parelho, só definido no tiebreak. Neste, depois de 4-1, as europeias empataram, mas deixaram as adversárias completarem os sete pontos. Mas a superioridade surgiu no outro set, com um sonoro 6/1, incluindo pneu moral. A parcial final se equilibrou na primeira metade, com quebras definidoras na sequência. As australianas lutaram, mas cederam depois de dois breaks. Andrea Hlavackova sacou e, de zero, ajudou a conquistar o segundo título – junto com Hradecka (o primeiro foi Roland Garros 2011), e deste US Open (levou as mistas com Max Mirnyi). Nada mal para um ano “perdido”.

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