sábado, 11 de janeiro de 2014

Semana de debutantes na Austrália

Até a primeira semana de 2014, Tsvetana Pironkova servia de motivo para piadas. Se não era a insistente relação de seu sobrenome com um sinônimo de símbolo fálico, era o fato de “jogar só na grama”, especialmente depois que foi semifinalista de Wimbledon, em 2010, derrotando Francesca Schiavone, Marion Bartoli e Venus Williams, e quadrifinalista no ano seguinte. Seu melhor ranking foi o de 31ª colocada. Fora isso, muitas decepções. A cereja no bolo foi a WTA organizar o Torneio das Campeãs em Sófia, capital de seu país, convidá-la anualmente. Convite em um evento que deveria unir as melhores do ano.

A segunda semana reservaria uma improvável reviravolta: fora do top 100, Tsveti furou o qualificatório do Apia International Sydney, derrotou três top 10 e faturou o primeiro título de WTA. No esporte, torcer ocasionalmente para um pequeno contra um grande, quando não há nenhum interesse por este, pode ser uma verdadeira catarse.

As adversárias da chamada “elite” vacilaram demais, depositando desconfiança no que apresentarão no Australian Open. Pelo menos nos dos últimos jogos, observou-se uma Pironkova paciente, que esperava a oponente errar e, às vezes, arriscava ofensivas. Claro que a búlgara exibiu momentos de fragilidade ao quase permitir reações de Kvitova e Kerber, mas foi menos vulnerável que elas. A tcheca, para se ter uma ideia, pediu desafio no match point contra.

Talvez os deuses do tênis tenham ficado a favor da tenista de 26 anos, que tenta obter contrato com alguma fornecedora de material esportivo há algum tempo e jogar melhor fora da grama. Tsveti ficou ruiva recentemente e, na cerimônia de premiação, dedicou a vitória não só aos pais, mas também ao namorado, para decepção do público masculino em Sydney.

Seu futuro é uma incógnita, mas sua estante ficará mais bonita e o próximo - e último? – torneio em Sófia não terá uma intrusa completa. Agora, ela tem um título.

Hobart: a semana foi tão estranha, que Samantha Stosur ganhou alguns jogos na Austrália. Mas parou nas semifinais, para Klara Zakopalova. Curiosamente, Sam repetirá o confronto na sua estreia do Australian Open. Se for passando, terá pelo caminho campeãs recentes: Pironkova (Sydney), Ivanovic (Auckland) e Serena Williams (Brisbane).

A espanhola, nascida na Venezuela, Garbiñe Muguruza chegou à primeira final de simples e já levantou o caneco. Foi outra furadora de quali a vencer todos os jogos disponíveis, o que é bom para o tênis alternativo e, no caso dela, para o futuro, já que tem apenas 20 anos. A moça voltou de longa contusão (no tornozelo, com direito a cirurgia) e teve jogo mais difícil nas quartas de final, contra a belga Kirsten Flipkens. Ela já é íntima da cidade de Hobart, localizada na ilha da Tasmânia, ao sudeste da Austrália: em 2013, faturou duplas com María Teresa Torró Flor.

Nenhum comentário: