segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fed Cup de 2012 (semifinais e play-offs), Fez e Stuttgart


Na última semana, aconteceu mais uma rodada (cheia) da Fed Cup. Aos amantes do tênis feminino, que não curtem uma ou outra jogadora, é uma boa oportunidade para ver as garotas defendendo e torcendo por seu país. Muitos jogos acontecem ao mesmo tempo, sendo difícil acompanhar um completo se você não quiser perder os outros. Abaixo, uma dissertação sobre os resultados, que definiram as participantes na próxima edição e os finalistas deste ano.

Grupo mundial


Rússia e Sérvia se enfrentaram no saibro moscovita. A presença de Sharapova era muito necessária. As jogadoras da casa escaladas estavam numa draga desgraçada. Era possível acreditar numa vitória sérvia. Foi o que aconteceu. Jelena Jankovic comandou os trabalhos, vencendo seus dois jogos. Ana Ivanovic hesitou contra Kuznetsova, mas adiou por algumas horas a consagração de seu país, pela primeira vez na final. Enquanto isso, na entrevista coletiva antes do confronto, Maria Kirilenko afirmou não ser uma jogadora de equipe. Acabou nem entrando em quadra (o jogo duplas, que não valia nada, tinha Vesnina e Pavlyuchenkova no lado russo).

A Itália tem quatro jogadoras no top 30 de simples. Mas a situação não era confortável. Suaram para ganhar das ucranianas, nas quartas de final. Em Ostrava, no nordeste tcheco, confirmaram a má fase de Francesca Schiavone (perdeu até para Lucie Safarova) e Flavia Pennetta (só jogou em duplas, quando não valia nada, por um set). A esperança era Sara Errani, com cinco títulos na temporada, de simples e duplas, conquistando dois torneios nas duas modalidades. Mas eles eram da categoria International, geralmente fracos. Contra Petra Kvitova, já tinha perdido no Australian Open. A nova derrota praticamente acabou com as esperanças italianas. Petra e suas amigas comemoraram.

Play-offs para o Grupo Mundial

A vitória dos Estados Unidos contra a Ucrânia e a derrota da Bélgica, sem as três melhores, para o Japão, pareciam - e foram - barbada. Na mediterrânea Marbella, que perdeu seu International em 2012, a Eslováquia ganhou com dificuldade das donas da casa. O drama veio por Daniela Hantuchova, que já tinha perdido de Silvia Soler Espinosa e vinha tomando pneu de Lourdes Domíngues Lino. Só reverteu o placar e levou a vitória. Festa ao som de Kuduro, no saibro espanhol. O esforço foi tanto que, infelizmente, a lesão de Dani falou mais alto, prejudicando-a nas competições seguintes.

A surpresa ficou por conta da Alemanha. Com cinco jogadoras no top 40 e torneio de Stuttgart (os jogos foram na mesma quadra) logo na sequência, onde a última campeã foi uma alemã, a equipe conseguiu perder para a Austrália de Samantha Stosur e Jarmila Gajdosova. O clima era de festa, com direito a publicidade positiva das jogadoras no aeroporto da cidade. Contra Stosur, perder era possível. Kerber foi a “felizarda”. O problema foi a derrota de Julia Goerges para a decadente Gajdosova. Definiu o confronto. No terceiro jogo, contra Stosur, acharam melhor escalar Petkovic, vindo de lesão e sem ritmo. O placar foi mais desigual. Mona Barthel, que estava na torcida, mas não foi convocada, poderia ser uma boa aposta. Fizeram uma má escolha.

Outros grupos

Sem a número 1 do mundo, Victoria Azarenka, a Bielorrússia foi presa fácil da Suíça. 4 a 1, fora de casa, e o ex-país soviético caiu para o grupo 1 da Europa/África (terceira divisão). A China foi pior, não possuindo nenhuma de suas jogadoras top. A Argentina, de Paula Ormaechea, fez 4 a 1 e está na segunda divisão.

No subsolo do inferno, isto é, nas últimas divisões, o fã de tênis precisa ser muito aficionado para conhecer muitas garotas de países pra lá de alternativos. Na quarta divisão, a Georgia de Anna Tatishvili subiu. Por outro lado, a Dinamarca, sem Caroline Wozniacki, mas com Malou Ejdesgaard (que tomou bicicleta da Cornet em Copenhague) e Karen Barbat, perdeu os quatro jogos que disputou e foi rebaixada à última divisão. Muito vergonhoso. 

Calendário

Depois dessa semana, a Fed só volta no final de outubro. Até lá, muita água vai rolar no circuito. É tempo demais. Defenderia a inclusão de uma nova data, com oitavas de final. Além disso, organizaria os confrontos longe de torneios importantes. O que aconteceria se, por exemplo, Alemanha x Austrália fosse disputado na Oceania, com Stuttgart logo na sequência? Complicado.


Fez e Stuttgart

Lembro-me do International de Marrocos como um dos últimos em que a russa Dinara Safina jogou (acabou abandonando com dor de estômago). A edição deste ano tem a espanhola Anabel Medina Garrigues como seed 1. Logo a seguir, vem Svetlana Kuznetsova. Mas só serviu pra mostrar a draga em que a russa está e a amarelada de "Dramabel". Deu a desconhecida Kiki Bertens, holandesa que ganhou seu primeiro WTA e entrou no top 100.
No saibro alemão,o clima foi espetacular. A entrada de várias jogadoras top ajudou. Apesar do recente trauma na Fed Cup, as garotas da casa fizeram um bom espetáculo. Julia Goerges, que ganhou na semifinal de 2011 de Samantha Stosur, tomou o troco da australiana na segunda rodada. Não defendeu o título mas, em compensação, levantou o prato de vice em duplas, com Anna-Lena Grönefeld. Angelique Kerber continuou a ascenção, atropelando Wozniacki e perdendo com garra para Kvitova. Mona Barthel fez mais um "jogo da vida" contra Azarenka e quase ganhou. Lisicki, contundida, não participou. Petkovic voltou, mas, num grande azar, torceu o tornozelo na segunda rodada. Entre as grandes, Vika ganhou novamente de Radwanska, assim como Sharapova de Kvitova. Na final, um estranho tilt da bielorrussa, que perdeu de 6/1 no 1º set. No seguinte, ela fez quatro games, mas Sharapova, que havia feito grandes jogos nas quartas e semifinais, estava imbatível. A russa levou o Porsche com justiça.

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