quinta-feira, 17 de novembro de 2011

2011 outfits: top 10 do ranking


Não sou especialista em moda, mas gosto muito de acompanhar a evolução dos materiais esportivos. No futebol, visito sempre um blog sobre novos uniformes; toda temporada, uma nova safra. No tênis, isso acontece em tempo menor. Sei quase nada o que rola no masculino, mas um modelo que marcou bem este ano foi o usado por Roger Federer em Roland Garros. Queria muito aquela camiseta vermelha da Nike.

Mas o assunto é o tênis feminino. Essa ideia – comentar os outfits - estava guardada há alguns meses, esperando o momento ideal para ser desovado. Nada melhor que o final de temporada. Claro, selecionei as dez melhores desta época, no ranking. Os critérios são subjetivos, mas tentarei lançar bons argumentos. Como já disse, não sou expert no assunto.

Outro dia, vi num blog homens comentando vários itens do vestuário feminino. Acho que não consigo fazer pior que eles.

A ordem das primeiras quatro imagens, em cada tópico, segue a dos Grand Slam: Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open. Na sequência, se achar que vale a pena, insiro a de outro torneio, informando qual é.


1. Caroline Wozniacki (Adidas)

Caroline tem o privilégio de possuir uma linha de outfits exclusivos, desenhados por estilista. Pelo histórico da parceria entre Adidas e Stella McCartney, espera-se, no mínimo, criatividade.

No Australian Open, o balé foi a inspiração. Gostei da disposição das alças, mas a parte do busto ficou muito pequena. Não gosto também dessas transparências laterais, presentes em quase toda a temporada. A saia poderia ser fixa ao restante, tornando-se um vestido.

Em Roland Garros e Wimbledon, o layout é o mesmo, mas as cores, não. O trabalho nas alças é bonito, mas parece incômodo. Pior que isso, só a facilidade em exibir os faróis acesos da atleta, o que acho feio. É impossível tirar os olhos dessa exposição quando se vê a moça de perto.

O do US Open tem um visual mais sóbrio, mas o tecido todo é transparente. A tonalidade certa se dá no encontro de duas peças (no caso, em sobreposição com as peças internas). Na divulgação do outfit, em fotos de estúdio, há uma estrutura entre as alças principais. Por algum motivo, foi abandonada. Há uma versão creme, usada depois de Nova York.

Por fim, o visual presente especialmente no primeiro semestre. É simples, sem invencionices. É até estranho ter o nome da Stella nele. Mas é incrivelmente bonito, o meu preferido. Há variações, que trocam saia ou top por uma peça branca.


2. Petra Kvitova (Nike)

Gosto das cores do usado no Australian Open, mas essas alças estão muito distantes uma da outra. Roland Garros e Madri têm o mesmo layout. Prefiro o laranja, que casa bem com o saibro, mas descarto essa linha horizontal na saia, que tem uns cativantes detalhes na parte inferior.

A seguir, a Nike alternou em dois modelos com várias atletas, que pôde ser visto em Petra: um com gola em V (Wimbledon e US Open) e outro com ângulos retos (Istambul). A tcheca venceu Wimbledon e “imortalizou” o V branco. O V vermelho eu vi sendo usado por muitas tenistas top (Bartoli, Li e Goerges), perdendo o encanto e a identidade com alguma delas. O modelo de Istambul é ok, com a repetição da saia, em outras cores, e duas linhas horizontais na cintura.


3. Victoria Azarenka (Nike)

O modelo usado em Miami é imbatível, com uma única ressalva: esses protetores de seios estão muito visíveis. No tom escuro em Paris, o problema é resolvido. A cor alternativa em uma das alças dá charme, e o logo da Nike fica do outro lado. O bordado na parte inferior é outro acerto.

O rosa de Melbourne é bem feminino, mas não me chama atenção. O branco de Wimbledon é uma senhora camisola e o do US Open parece o mesmo modelo. Detesto esses contornos pretos que começam nas alças e passam por baixo dos braços. Algo que cansei de ver nos outfits da Zvonareva.

O modelo de Istambul tem o mesmo problema, além da parte escura, que parece imitar jeans e tem uma estampa quadriculada. Feio.


4. Maria Sharapova (Nike)

Sharapova é outra moça que possui modelos exclusivos. Quer dizer, quase, pois alguns são reaproveitados por outras atletas.

Não gosto da combinação e cruzamento de cores no vestido do Australian Open. O amarelo de Roland Garros é tão delicado quanto Maria, sendo a cara dela. Detalhes no centro, com fitas amarelas, imitam a estrutura da Torre Eiffel; uma bela homenagem.

No de Wimbledon, o que me incomodou foi um pedaço de pano excedente nas alças, perto do pescoço. O vestido diurno do US Open assemelha-se a um avental. A combinação de cores do noturno (um preto evoluindo para cinza) é elegante. Só lamento a economia de amarelo na parte frontal. Esta cor aparece com tudo em Roma. É de um outfit compartilhado com tenistas como Julia Goerges (o azul em Stuttgart e o amarelo em Roland Garros são inesquecíveis).


5. Na Li (Nike)

Li tem uma tatuagem acima do peito, bastante chamativa. Penso que o outfit que lhe cai bem é aquele que valoriza sua arte corporal. Se o top é muito fechado na parte mais alta, corre o risco de cobrir parte da tattoo, o que é um problema. Ocorre em Roland Garros e Wimbledon. No US Open, falta criatividade em cor e modelo, usados por muitas outras moças. O todo azul de Sydney é conservador e o do Australian Open tem uma bela combinação, destacando esse verde de difícil classificação (poderia ser azul) e a linha horizontal no limite inferior da saia.


6. Samantha Stosur (Lacoste)

Stosur e Lacoste foram relaxadas o suficiente para repetir o mesmo modelo em Melbourne e em Londres. Não gosto dele pelo número excessivo de cores periféricas, pela abertura cafona acima do busto e por esse “cadarço” na parte inferior. A australiana é mais feliz em Paris, quando troca a cor secundária do modelo para vermelho, enquanto outras moças da marca usavam o azul marinho. No US Open, o vestido é muito curto (Dominika Cibulkova teve mais dor de cabeça com ele).


7. Vera Zvonareva (K-Swiss)


Como dito anteriormente, essa faixa que começa na alça e passa por debaixo do braço é irritante. E ainda tem um formato mais grosso, que vai da axila a cintura. Por isso, descarto Roland Garros e Miami. A vinho do Australian Open parece discreta, mas possui tiras bem finas na parte de trás que dão a agonia de se romperem.

A partir de Wimbledon, o preto das alças ficou só no contorno interno e os outfits tornaram-se mais agradáveis. Outra coisa que chamou a atenção, a partir do US Open: a relação de Vera com a K-Swiss. Ela só usava a roupa do avesso ou com tarjas, escondendo a marca. Boatos afirmam que a Adidas fez uma boa proposta à russa, que usou o fato para pedir um bom aumento na renovação com a atual fornecedora. Não funcionou, e o “protesto” continuou. Contudo, se o contrato ainda não acabou, que direito a moça tem de fazer isso?


8. Agnieszka Radwanska (sem fornecedor / Lotto)

Aga parecia ser contra as grandes corporações, pois não era de ninguém, digo, seu outfit não tinha marca. Eventualmente, aparecia com um Babolat (Wimbledon e US Open), mas era claro que não tinha fechado com ninguém. Só que aí, quando ela ganhou seu primeiro título em 2011, num US Open series, surgiu a italiana Lotto. Na temporada asiática, em que foi tremendamente vitoriosa, usou um modelo que lembra o da búlgara Pironkova em Wimbledon. O detalhe na parte superior, um X que destaca os seios, não é muito inspirado. Em Istambul, Aga foi feliz numa veste mais simples, com alças bem próximas ao pescoço.


9. Marion Bartoli (Nike)


Na Austrália, o violeta ficou bem discreto na francesa Marion Bartoli, e isso é bom. As duas camadas de azul em Roland Garros também foram um acerto, embora tenham vestido uma porção de tenistas. No outfit, preferia o símbolo da Nike no tecido exterior. Não gosto da composição nas costas, onde o tecido interior, mais escuro, predomina.

O vestido de Wimbledon é parecido com o do Australian Open, mas nota-se um trabalho mais complexo na parte inferior. O V do US Open já foi discutido, com um comentário adicional: há muito tecido na altura do busto, que cria um grande buraco quando a jogadora se encolhe. Não parece um problema de numeração, mas da própria peça.

Por fim, o outfit de Indian Wells, que me desagrada profundamente por essas alças que se projetam. Sharapova e Goerges já testaram-no e ficaram igualmente feias.


10. Andrea Petkovic (Adidas)


O esquema de cores da Adidas em 2011 para os outfits mais comuns me desagradou. O verde, o rosa e o azul não funcionaram. O vermelho, até que dá pro gasto. A cor dominante no Australian Open fez Andrea parecer uma melancia. Em Roland Garros, a disposição dos elementos deu melhor resultado (ou eu que me acostumei a ela). Ressalva apenas para a manga muito curta e aos modelos com gola polo.

Em Wimbledon e no US Open, predomina o uniforme com um “Y” central. Incomoda-me mais a versão em que domina o azul. O suor se espalha por quase toda a roupa e demora a secar. Há uma versão com alças muito finas, usadas por Maria Kirilenko, mas ombros nus não é a praia de Petko.

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